10.9.06

Crônica nº 003 - O Cálculo

O cálculo

Brasília, 15 de julho de 2006.


...............A Era Moderna, fruto da Revolução Industrial, trouxe consigo novas ameaças à saúde e à paz das pessoas. Segundo os médicos, a má alimentação associada aos nocivos hábitos de vida do homem do século XXI, tais como sedentarismo e tabagismo, geram "stress", acúmulo de gordura visceral, aumento das taxas de colesterol ruim no sangue e diversos outros problemas de saúde. Um desses problemas do homem moderno é o famoso e temido cálculo renal, popularmente conhecido como “pedra nos rins”.
...............Cálculo renal. Este simples termo médico pode arrancar calafrios de muitas pessoas que já por ele se atreveram a aventurar. Impressiona seu surgimento dentro do corpo humano. Uma pedra, literalmente uma pedra, como lá foi parar?
...............O cálculo surge no organismo dentro do rim pelo acúmulo de detritos sólidos microscópicos resultantes da poderosa capacidade de filtrar o sangue, função típica desse órgão do sistema urinário humano. Esse acúmulo de partículas de oxalato de cálcio e outras substâncias do gênero cria uma pequena pedrinha que cresce como bola de neve e que, por ser um corpo estranho ao organismo, cedo ou tarde por ele será eliminada.
...............Nesse paciente e silencioso processo de crescimento imperceptível ao ser humano, o cálculo perverso e ansioso vai se preparando estrategicamente para seu ataque fulminante e, quando decide imponente se livrar do cárcere renal onde se encontra para ganhar mundo através do vaso sanitário, não tem piedade. Manifesta-se repentinamente em dores terríveis, pegando de surpresa a pessoa que o hospedou por tanto tempo.
...............Nesse letárgico processo de excreção, o cálculo passa vorazmente pelo ureter. É nessa hora que o acometido sente a cruel e incisiva cólica renal. Não há posição em que se sinta um mínimo alívio, os espasmos são gerais. O dito popular de que “homem não chora”, nesse momento vai por água abaixo, ou melhor dizendo, por lágrima abaixo. Mulheres que já a sentiram dizem ser esta dor comparável à dor do parto. Eu nunca pari um filho, mas já uma linda pedrinha. Concluo que no meu caso a sorte de não ser mulher e não ter que passar por um parto pouco fez diferença. Certa vez um médico descreveu-me didaticamente à moda de Lula a origem da tão severa agonia: "O cálculo passando pelo seu ureter é o mesmo que um tijolo passando por um canudinho." Ai, que dor! É de causar calafrios.
...............Em cidades de clima seco, como a capital, Brasília, a incidência de cálculo renal é ainda mais acentuada. Nos meses mais secos do ano a grande maioria dos atendimentos nos pronto-socorros tem como diagnóstico o cálculo renal. As pessoas transpiram sem sequer perceber que o fazem, pois o suor seca antes mesmo de se condensar sobre a pele. A conseqüência disso é uma maior viscosidade sangüínea e a urina mais condensada, ou seja, mais impurezas a acumular e pouco fluxo de líquidos para seu escoamento.
...............No passado, esse problema renal não era tão comum quanto é hoje em dia. Os métodos para combatê-lo eram embasados na sabedoria popular e na medicina alternativa. Não raro um conhecido tinha uma receita infalível para aniquilar as tais pedras nos rins. Chá de Quebra-Pedra, Candurana e outras ervas, beber duas cervejas diariamente e até mesmo, quando durante a cólica, tomar uma colher de chá de azeite de oliva português – que segundo meu avô, fazia a pedra “escorregar mais fácil”. Embora toda essa profusão cultural, o sofrimento era garantido.
...............Atualmente, a solução mais adotada pelos urologistas ao diagnosticarem o cálculo renal é a intervenção cirúrgica. Com os avanços tecnológicos da medicina, aparelhos cada vez mais compactos e poderosos, porém menos agressivos, utilizam a via ureteral para acessar o cálculo onde quer que ele se encontre no sistema urinário e com o uso de fibras ópticas, ultra-som ou laser o fragmentam em partículas bem menores que são em seguida expelidas facilmente.
...............A intervenção cirúrgica, porém, somente remove o cálculo pré-existente, fato que não impede o surgimento de novos cálculos. Por isso, o melhor mesmo é não ter com o vilão. A receita é simples: levar uma vida mais saudável, ter uma alimentação rica em vegetais, com pouco sal e livre de gordura animal e adotar a ingestão periódica de água. Essas são atitudes eficazes para evitar surpresas desagradáveis, por exemplo, uma visita ao médico plantonista no pronto-socorro do hospital mais próximo durante uma fria madrugada de domingo.


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Texto revisado pelo Professor Fernando Moura
do curso Obcursos de Brasília/DF


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3Comentários:

às 12:54 PM ,Anonymous Anônimo disse...

Olá muito bom sua crônica !!!!
Mas que é vc ??? Beijos Sucesso Profissional !!!!!!1 Vê se manda retorno.
Adicionei vc ok??????
JAQUELINE SANTOS DUARTE
jaquelineadm17@hotmail.com

 
às 2:18 PM ,Anonymous Anônimo disse...

oi
bom num sei cm vc me axou
mas tudo bem
fikei feliz em receber seu convite
quem é memso vc???
sucessos felicidades....

 
às 10:53 AM ,Anonymous Anônimo disse...

rapaz disso eu sei tao bem quanto vc.pedrinhas ingratas. damos alojamento,nao cobramos aluguel,e na hora do despejo ,que sofrimento.so de falar ja começo sentir umas contraçoes abdominais .melhor mudar de assunto.

 

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